O envelhecimento é um processo natural que pode causar uma diminuição da capacidade funcional dos indivíduos. Juntamente com o passar dos anos, a existência de patologias musculoesqueléticas, neurológicas, circulatórias, sensoriais e neurodegenerativas podem levar à diminuição da capacidade física e cognitiva, resultando em dificuldade de as atividades necessárias para uma vida autónoma. Assim sendo, as atividades de vida diária (AVD) são frequentemente utilizadas como um indicador crítico do estado funcional de um indivíduo. A incapacidade de realizar estas atividades fundamentais pode resultar na dependência de cuidadores ou de dispositivos de apoio para a realização de determinadas tarefas quotidianas. Além disso, a limitação nas atividades de vida diária não só compromete a segurança do indivíduo, mas também está associada a uma diminuição da qualidade de vida. Portanto, a avaliação da capacidade de execução das AVDs é essencial, pois é um indicador significativo do futuro do idoso, nomeadamente da necessidade de admissão em lar de idosos, da necessidade de apoio familiar e social, da potencial necessidade de serviços de cuidados domiciliares e mesmo do risco de hospitalização.
A monitorização e a intervenção precoce na manutenção de capacidade para realização das atividades de vida diária podem contribuir para a autonomia e bem-estar do indivíduo. Assim sendo, a Oficina de Treino de Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) centra-se no desenvolvimento de competências essenciais para o autocuidado e a realização de tarefas diárias, promovendo assim a autonomia dos mais velhos. Esta intervenção na Expressão de Afetos inclui atividades práticas, tais como cuidados de higiene pessoal, alimentação, efetuar a gestão financeira, entre outras, visando maximizar a funcionalidade e a independência dos participantes.
O que é a Oficina de Treino de AVDs e AIVDs?
Como referido anteriormente, as Atividades de Vida Diária (AVD) referem-se a tarefas fundamentais necessárias para a manutenção da independência dos idosos.
As Atividades de Vida Diária dividem-se em duas categorias principais:
Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD): Estas incluem ações fundamentais, como a alimentação, a higiene, o vestir-se, o autocuidado e a mobilidade.
Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD): Estas apresentam um nível mais elevado de complexidade cognitiva e incluem tarefas como cozinhar, efetuar a manutenção da habitação, utilizar o telefone, gerir finanças, adquirir e administrar medicamentos e deslocar-se por meios próprios ou transportes públicos.
Na Expressão de Afetos, o foco recai sobre o treino prático de atividades que incluem:
Cuidados pessoais e higiene: capacidade de tomar banho, cuidar da aparência e manter a higiene oral, das unhas e dos cabelos.
Vestuário: capacidade de selecionar roupas apropriadas e de vesti-las.
Alimentação e preparação de refeições
Participação em atividades de lazer
Essas atividades são cruciais para garantir uma vida autónoma e de qualidade, uma vez que a manutenção de competências nestas áreas está diretamente associada ao bem-estar psicológico e à qualidade de vida dos idosos.
Quais os benefícios dos exercícios para a manutenção da capacidade de execução das AVD?
Os exercícios de AVD têm um impacto significativo na manutenção das atividades quotidianas dos idosos, como vestir, comer e realizar cuidados pessoais. O treino é adaptado às necessidades e limitações individuais, promovendo o desenvolvimento ou a recuperação de competências essenciais para que sejam minimamente autónomos. Alguns estudos indicam que a prática regular de AVD contribui para a melhoria da função cognitiva e da mobilidade, fatores que são essenciais para a preservação da independência na terceira idade.
Além disso, o envolvimento em atividades de AVD está associado a uma redução do risco de depressão e a uma melhoria na qualidade de vida, proporcionando um sentido de realização e autoestima.